Essa história começa em 2011 (ou 2010, não lembro direito) quando fui trabalhar na agência de publicidade de um amigo e conheci a Ana. Eu redatora e ela designer. Nessa época a fotografia ainda era um sonho distante, um plano lá para o futuro na minha vida. Já de cara percebi que a Ana não era uma pessoa comum. Nos identificamos, ficamos amigas, mudamos de emprego mas nunca nos distanciamos. E essa amizade começou a ficar mais forte com o passar do tempo. Cervejas, churrascos, jantares, happy hours, conselhos, lasanhas, praias. Daí chegou o Alexandre (via Tinder) previamente aprovado por mim e por mais um comitê muito criterioso composto pelo restante das integrantes do nosso grupo de whats (ele não curte muito essa parte, hahaha).
O primeiro date dos dois rendeu novos encontros, ele mostrou que merecia aquele mulherão ~ da porra ~ e se apaixonaram. Inclusive, começaram a namorar no dia do meu aniversário (era uma festa surpresa, que não foi surpresa porque o Flávio estava organizando, mas essa é uma outra história…). Em 27 de março de 2016 (exatos 2 anos hoje) o Alexandre surpreendeu a Ana com um anel de noivado (feito pelo pai dela S2) e começaram os preparativos, sonhos e planos para o casamento. A data escolhida foi 03 de fevereiro de 2018 e muito antes da entrega dos convites e do restante das definições, ela já havia me informado que eu seria uma das madrinhas.
Amei aquela notícia e me coloquei à disposição para ajudar no que ela precisasse. Minha primeira dica de ex-noiva para a Ana foi: contrate uma cerimonial, ou melhor, contrate a Anne dal Ponte, hahaha. Já contei aqui que casei em 2014 e um dos meus maiores arrependimentos foi o de contratar cerimonial só para o dia do casamento. Que erro. Não façam isso garotas. Sei que poderia ter ajudado a Ana muito mais, mas tentei estar presente sempre que pude.
Logo falei pra ela que faria as fotos. Ela negou. Disse que me queria como madrinha e não como fornecedora. Falei que, de qualquer maneira, as fotos seriam meu presente, eu fotografando ou não queria alguém especial registrando aquele momento, com muita emoção. Tempos depois, em conversa com a Anne definimos (ainda sem a aprovação da Ana) que eu iria sim fotografar. O esquema seria o seguinte: eu faria o making of da noiva; a Ariane Lopes (minha bff, também fotógrafa, amiga e convidada da Ana) faria o making of do Alexandre; eu e o Flávio seríamos o primeiro casal de padrinhos a entrar; Ari fotografa; pego a câmera; abandono meu marido e vou clicar. Garantimos pra Ana que daria tudo certo, que seria lindo e conseguimos convence-la.
Depois de todo esse esforço confesso que me deu um medinho. Será que eu daria conta da correria? Com que roupa vou fotografar e ser madrinha? Consigo fotografar de maquiagem e com cílios postiços? But, como não sou de fugir da raia e sempre faço aquilo a que me proponho, não poderia transparecer nenhum tipo de insegurança para a noivamiga. Minha primeira prioridade: roupa. Tinha que ser confortável e elegante, afinal preciso de mobilidade para fotografar, correr, me abaixar (sem mostrar a calcinha e afins), subir em bancos, escadas e etc, deitar e rolar se for preciso. Procurei um macacão marsala (que era a cor das madrinhas) e achei na internet um que parecia ótimo, era só fazer alguns ajustes (mamis é costureira) e ficaria perfeito. Check! A linda da Ana me deu o cabelo e a make com a mesma maquiadora que iria prepara-la, isso já me deixou mais tranquila porque eu poderia me arrumar no local e acompanhar o making of dela sem nenhum problema. Então era isso, tudo combinado, esquematizado e planejado.
O mais difícil foi encontrar um sapato que combinasse com o macacão e fosse confortável. Encontrei uma sandália preta (na semana do casamento) de salto grosso, não era lá a sandália mais bonita da loja, mas dessa vez a prioridade era o conforto né mores. Após alguns minutos de relutância e de pensar que “ah, mas será que eu não aguento a noite toda com aquela ali mais bonita” optei pela confortável mesmo, kkkk.
Tudo certo, tudo pronto. O casamento da Ana foi todo feito pelos noivos e por pessoas que eles amam muito. Eles escolheram como tema o “Casamento Canastra” e a decoração e os detalhes ficaram incríveis. Tudo ali tinha um significado. Tudo tinha a cara dos noivos e, em cada cantinho você podia ver a identidade do casal e o carinho com os convidados. É o que podemos chamar de um casamento com a cara do She Said Yes. Existia o cronograma protocolar de qualquer casamento (cerimônia, jantar, festa, buquê…)? Existia. Mas não era só para “cumprir tabela”. O que estava presente ali era a personalidade do casal: o arranjo de flores da cabeça da Ana foi feito com rosas do jardim da casa dos pais dela, a gravata borboleta do Alexandre era colorida, a Ana chegou no fusca do irmão, o pai desceu do fusca e acendeu calmamente um charuto antes de entrar com a noiva, quem entrou com as alianças foi o Túlio – cachorro da Ana, o celebrante foi o tio da noiva, a decoração foi planejada e executada pelo outro irmão da Ana que é designer de interiores e topou esse desafio, quem pintou os noivinhos do bolo e fez toda a papelaria foi a própria noiva, quem pendurou as luzinhas e ficou arrumando o salão até o último minuto foi o Alexandre. Nada mais natural do que a madrinha fotografar um casamento desses, não é mesmo? Confesso que muitas vezes as lágrimas vinham aos olhos, mas se eu chorasse (além de borrar a make) não conseguiria fotografar. E entre todos os desafios que imaginei que teria nesse dia esse foi o maior. Controlar a emoção do momento para poder transforma-la em imagens. Segundo os noivos, eu consegui. Eles me disseram que puderam reviver cada minuto daquele dia através das minhas fotos e no final, o presente mesmo quem ganhou fui eu: o reconhecimento do meu trabalho S2
Uma das maiores preocupações da Ana e do Ale era se eu conseguiria curtir a festa e trabalhar ao mesmo tempo. É claro que consegui. Amo fotografar e estar com amigos queridos ao mesmo tempo em que pude curtir uma festa incrível não foi nenhum esforço. Obrigada Ana e Alexandre por essa oportunidade inesquecível. Amo vocês, amo meu trabalho e espero continuar transformando imagens em amor e histórias na vida de muitas famílias. Veja mais fotos aqui 🙂
Cerimonial: Anne Dal Ponte
Fotografia: Kelly Gequelim e Ariane Lopes
Celebrante: Tio da noiva
Alianças: Oficina de Joias (Paulo, pai da noiva 3345-6160)
Bolo e doces: Atelier Cacall Brasil
Decoração: Jonathan Cardozo (Designer de interiores e irmão da noiva)
Local: Sítio do Caqui
Banda: Lenhadores da Antártida
Buffet: Eliane Faria
Papelaria: Noiva
Beauty noiva: Renata Carolina
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