Casamento é uma coisa que habita o imaginário da maioria das mulheres. Acredito até que as que dizem que “isso não é minha cara” já pensaram em se vestir de noiva e trocar votos com a pessoa amada. Na minha vida isso não foi diferente. Eu não tinha este sonho, muito menos de príncipe encantado (graças a deus), ah mas eu queria encontrar um cara legal, e se tudo desse certo, poderíamos nos casar.
Encontrei o “cara legal” em 2015 e não demoramos para perceber que a gente queria dividir a vida. Com 8 meses de namoro, depois de pedir autorização aos meus pais (meu pai é ourives e fez o anel inclusive), ele me pediu em noivado. Não foi em nenhum restaurante brega/chic com vista para a cidade, nem num ponto turístico badalado. Foi sentado na minha frente (no meu colo mais precisamente), na minha antiga casa de madeira, olhando nos meus olhos e dizendo: “não quero mais ninguém, é você quem eu escolho. Você aceita ser minha noiva?” Mas é óbvio que sim!
Ele tinha um pouco de noção que eu não gostaria de casar só no cartório, mas ele era relutante em fazer uma celebração por questão de gastos. E quando você embarcar nessa jornada começa a elencar as prioridades. Ainda não tínhamos casa, não tínhamos grandes economias e nossas famílias não tinham a possibilidade de bancar nada. Mas eu fazia questão de ter um casamento, eu queria que fosse um marco e queria ter as fotos de um momento tão sublime.
Coloquei no papel nossas possibilidades, o que dava para ser feito. Nada muito promissor, nosso orçamento era baixo e quando você não tem conhecimento desse mercado, o susto fica ainda maior. Você se depara com fornecedores que praticam valores exorbitantes e perde a esperança de fazer algo legal já nas primeiras buscas. Nesse tempo encontrei a Anne no aniversário do Flávio marido da Kelly, lá comentei que a gente estava pensando em casar, mas “né… não tínhamos muito dinheiro, coisa tal, aquela coisa”. Nesse dia ela começou a me dar vários toques, coisas que eu nem tinha me ligado, que me dei conta que precisava de uma cerimonialista. E aqui é a dica mestra, por mais que você não tenha grana pra casar, o gasto com um profissional cerimonialista é indispensável. Sério, economize no bem casado e invista em quem vai cuidar do seu evento. A Kelly, que sabia da minha situação financeira, me incentivou bastante pra eu tomar essa decisão, sendo assim, contratei a Anne para cuidar de nós.
Com a Anne na nossa jornada, consegui mapear um norte para o nosso casamento. Para ter uma ideia, quando fechei com ela, não tínhamos nem data, por que não estávamos crentes que iria mesmo acontecer. Mas ela foi mostrando quais eram as possibilidades com nosso budget e aí foi ficando mais concreto o sonho. Apresentou fornecedores de qualidade e com valores justos, foi ficando mais fácil de fechar negócio e ir montando o casório.
Devo dizer que o fato de eu ser designer ajudou pra caramba. Depois de salvar inúmeras referencias no meu Pinterest, comecei a criar todo o conceito do nosso casamento. A minha personalidade e do Alexandre (meu noivo) gira em torno de viver a vida de maneira simples e despojada, curtindo o bom e velho rock and roll, apreciando uma ótima cerveja artesanal, viajando, tendo contato com a natureza. Pensando nisso, optamos por casar numa chácara, no pôr do sol, com poucos convidados. O tema ficou como “Casamento Canastra”, pois simbolizava com humor o nosso estilo de vida.
Isso ajudou bastante nos custos, pois toda a papelaria do casamento foi feita por mim. Também decidimos não contratar a decoração (parece loucura), pois pelas referencias que busquei, também conseguiríamos fazer tudo em casa e montar no dia. Claro, não posso esquecer da ajuda do meu irmão Jonathan, que é Designer de Interiores, que conseguiu montar toda minha ideia. Ele não tinha nenhuma experiência em casamentos, mas expliquei o que gostava, mostrei referências e pegamos diversos objetos aqui de casa para decorar o casamento.
Foram usados para decorar: potes de conservas com velas, garrafas de cerveja com flores, móveis rústicos reformados por nós, janelas da minha antiga casa de madeira e assim por diante. Tudo isso por que a verba era escassa e o sonho precisava acontecer.
Conseguimos, de maneira econômica, fazer o casamento como esperávamos. Cheio de amor e esforço. Isso deixou tudo ainda mais gostoso, depois de tanto suor, a celebração valeu muito mais a pena, pois tinha literalmente nossa cara em cada detalhe.
Poderia escrever mais sobre o planejamento, fiz um resumo para o post não ficar tão extenso. Ainda vou escrever a parte II desse casamento, que irá focar mais o grande dia.
Quero concluir agora que, SIM é possível realizar seus sonhos, tudo se dá um jeito quando você tem perseverança. Se você sonha em casar, mas se preocupa com os gastos, pare já com isso! Lógico que na vida existem prioridades, mas você pode encaixar seus desejos e com bastante estudo, dá sim pra fazer algo que caiba dentro das possibilidades. Te digo, vale cada centavo.
Cerimonial: Anne Dal Ponte
Fotografia: Kelly Gequelim e Ariane Lopes
Celebrante: Tio da noiva
Alianças: Oficina de Joias (Paulo, pai da noiva 3345-6160)
Bolo e doces: Atelier Cacall Brasil
Decoração: Jonathan Cardozo (Designer de interiores e irmão da noiva)
Local: Sítio do Caqui
Banda: Lenhadores da Antártida
Buffet: Eliane Faria
Papelaria: Noiva
Beauty noiva: Renata Carolina
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