Bom dia Bahia! Já pensou em passar a sua lua de mel em Morro de São Paulo? Eu já contei para vocês que eu e meu marido estamos viajando todo ano para comemorar o nosso aniversário de casamento. Pelo menos até agora continua dando certo, hehe. Minha lua de mel foi em Cancun, 2014. Em 2015 fomos para Buenos Aires (esse será o próximo post por aqui), 2016 para Morro de São Paulo (Bahia), 2017 para Maceió (Alagoas S2 – destino preferido até o momento) e em 2018 para Bonito (Mato Grosso do Sul). Acontece que, como eu AMEI muito essa viagem à Bahia, vim aqui deixar essa dica para você passar a sua lua de mel ou ir conhecer Morro de São Paulo.

Chegando em Morro de São Paulo

Porque passar a Lua de Mel em Morro de São Paulo

Considero Morro de São Paulo um bom destino para a Lua de Mel porque a ilha é encantadora, as praias paradisíacas, a comida excelente e você pode passar alguns dias muito românticos com o seu amor. Além disso, a variedade de passeios agrada a todos os gostos e se quiserem curtir um agito, também rola. Gosto de destinos praianos para a Lua de Mel porque eles proporcionam um merecido descanso depois da correria dos preparativos do casamento, além de que o contato com o mar e a natureza renovam as energias e trazem bons fluídos para a nova fase da sua vida que se inicia.

Nós, de boa.

A escolha do destino: Morro de São Paulo

Se você já leu meus outros posts de viagem por aqui já percebeu que eu não sou a rainha do planejamento. Eu nunca tinha ouvido falar em Morro de São Paulo. Era outubro e só então começamos a pesquisar destinos para a nossa já tradicional viagem de dezembro.

Como no ano anterior fizemos uma viagem urbana, para Buenos Aires, o objetivo agora era encontrar um destino praiano. Procurando por pacotes em promoção conheci o site Zarpo que oferecia várias opções de pacotes bacanas para diversos destinos, nacionais e internacionais.

Quando vi as fotos do Patachocas Beach Resort me apaixonei! Como falei, não conhecia nada de Morro de São Paulo, apenas vi que era na Bahia, próximo a Salvador. O valor estava dentro do planejado. Nossa reserva para 8 noites no bangalô luxo, com café da manhã ficou R$ 2700,00 (valores de 2016). Fiz a reserva, comprei as passagens aéreas e só depois de alguns dias fui pesquisar como chegar em Morro de São Paulo.

Nascer do sol na Quarta Praia

Como chegar em Morro de São Paulo

Descobri então que Morro de São Paulo é uma ilha e que existem 3 formas de chegar até lá:

1. Via aérea:

De transfer aéreo, saindo de Salvador, em 25 minutos você está em Morro. São de 2 a 3 vôos por dia, dependendo da época do ano e os vôos não são diários. Como perguntar não ofende, pedi um orçamento. Em 2016 os valores eram de R$ 435,00 por pessoa e por trecho na aeronave de 8 passageiros ou R$ 469,00 por pessoa e por trecho na aeronave de 9 passageiros. Ida e volta para duas pessoas daria, no mínimo, um total de R$ 1740,00(valor bem maior do que paguei no vôo de Curitiba/Salvador). Se você tem dinheiro e tem pressa, essa com certeza é a melhor opção. Além de mais rápida, você nem precisa sair do aeroporto pois a empresa possui uma pista de decolagem em um hangar ao lado do Aeroporto Internacional de Salvador.

2. Via semi terrestre:

Na minha opinião, a pior opção. Porém, a mais barata. Esse é o trajeto mais longo, varia de 3h30 a 4h dependendo das condições do mar e da maré e dos horários dos transportes. Você pode tanto contratar uma empresa de transfer ou fazer o trajeto por conta própria (com muito cuidado). O valor da van era de R$ 80,00 na época, 2 pessoas ida e volta = R$ 320,00. Nessa opção o seu trajeto vai ser assim:

• Você vai de Salvador para Itaparica através de barco ou ferryboat. O embarque é no Terminal São Joaquim, em Salvador.
• Chegando no Terminal Bom Despacho, em Itaparica, se você não tiver contratado o serviço de transfer pode optar entre pegar uma van informal ou um táxi. Vai desembarcar em um cruzamento na estrada onde passam os ônibus que levam a Valença.
• Em Valença você vai pegar uma lancha em um pequeno terminal marítimo que te levará até Morro de São Paulo.

3. Via Marítima:

Aqui temos o meio termo entre céu e terra. O transfer marítimo (opção que escolhi) é feito via catamarãs e, pelas minhas pesquisas, é a melhor opção. Apesar de mais caro do que a segunda alternativa, a vantagem é que você só precisa pegar uma única embarcação para chegar até a ilha. O tempo varia entre 2h30 e 3h, dependendo das condições do mar. Você vai embarcar no terminal marítimo de Salvador, que fica em frente ao Mercado Modelo. Existem diversas empresas que fazem o trajeto. Eu optei pela Biotur porque li que eram catamarãs maios novos e mais pesados, ou seja, não balançavam tanto. O valor que paguei foi de R$ 96,oo por pessoa e por trecho. Total de R$ 384,00. Fiz a reserva com antecedência, pelo site da Biotur.

De dentro do catamarã

Bem-vindo a Morro de São Paulo 🏖

Como falei, Morro é uma ilha e você chega lá de barco, ou seja: não tem carro pra te levar até seu hotel. Antes mesmo de sair do catamarã já tinham vários carregadores de mala ali dentro oferecendo seus serviços. Eles levam as malas em um carrinho de mão e o valor depende de até aonde você vai e da quantidade de malas. Como tem várias ladeiras eu recomendo que você contrate um deles, vale o investimento. Se não me engano eles cobram de 20 a 50 reais, depende da quantidade e tamanho das malas.

A ilha é composta de 5 praias chamadas de Primeira Praia, Segunda Praia, Terceira Praia, Quarta Praia e Praia do Encanto ou Quinta Praia. O desembarque acontece já bem próximo à Primeira Praia que também é onde se encontra a igreja e a vila. Na pracinha você sempre vai encontrar feirinhas de artesanatos e restaurantes. Em seguida, na Segunda Praia, é onde está o maior movimento. Muitas pousadas, hostels, lojas, restaurantes, bares e baladas. O centrinho do Morro. A partir da Terceira Praia o movimento começa a diminuir e dar lugar para a tranquilidade. É entre a terceira e a quinta praia que estão os resorts e casas para quem quer sentir uma conexão maior com a natureza.

O nosso resort ficava na Quarta Praia. Como o trajeto da vila até lá é um pouco longo, os hotéis que ficam a partir da Terceira Praia disponibilizam serviço de translado com vans e ônibus (que estão entre os pouquíssimos automóveis presentes na ilha). Para pegar o ônibus fomos até a Central de Turismo, que fica no final da Segunda Praia. Não lembro ao certo, mas acredito que os horários dos ônibus para o nosso hotel eram a cada 20 ou 30 minutos.

Quarta Praia

O “uber” da região chegando na Quinta Praia

Infinitos tons de azul

O hotel

Ao chegarmos no Patachocas já foi amor à primeira vista. O resort é muito bonito e fica em uma antiga fazenda de cocos. Oferece 3 opções de acomodações: apartamentos Village Luxo, Bangalô Luxo (onde ficamos) e Bangalô Master. A diferença entre os bangalôs está nas amenidades oferecidas no quarto, como uma Nespresso no Master, por exemplo, e na proximidade da piscina e do restaurante.

Praia em frente ao hotel

Nosso bangalô ficava na penúltima “rua” de bangalôs, um pouco distante da piscina, mas extremamente confortável e limpo. Nossa reserva tinha apenas o café da manhã incluído, que diga-se de passagem, é um espetáculo. Então, como não haviam quiosques e restaurantes por perto tínhamos que fazer as refeições no restaurante do hotel ou pegar o ônibus para ir até a vila. Eu viciei na moqueca de siri catado do restaurante do Patachocas. Uma delícia! Mas infelizmente nosso orçamento não permitia comer todo dia por ali, então a gente tomava um café da manhã bem reforçado, ficava na piscina e na praia até umas 15/16h e então pegava o ônibus para ir até a vila comer e passear. Na vila também tem mercados, então dá para comprar algumas comidinhas para deixar no quarto e levar para os passeios.

Passarinho na piscina, ao fundo os bangalôs

A estrutura toda do hotel é maravilhosa. Havia também uma programação de recreação e atividades físicas para crianças e adultos. Os funcionários estavam sempre dispostos a atender da melhor maneira possível.

Piscina do Patachocas

Passeios em Morro de São Paulo

Uma das opções de passeio mais famosa em Morro de São Paulo é a volta a ilha. Esse passeio é feito em lanchas que saem da Terceira Praia pela manhã e retornam no fim do dia. Além de paradas em piscinas naturais, você também vai conhecer outras ilhas com praias incríveis como Boipeba, Moreré, Garapuá e Cueira. Na volta, a parada é na cidade histórica de Cairu e você chega em Morro apreciando um lindo pôr do sol. Todos os passeios incluem almoço em alguma das paradas. O roteiro vai depender do passeio que você escolher, mas os mais conhecidos são o de Boipeba e Moreré.

Um mar azul inteiro nosso no Pontal do Bainema

Formas e cores da natureza pelo caminho

Há diversas agências e agentes autorizados vendendo os passeios na vila e nos hotéis. Nós ainda não tínhamos nos decidido por nenhum deles, estávamos sentados nas cadeiras de praia em frente ao hotel quando apareceu o Alemão. Ele é um agente autorizado a vender passeios e uma simpatia de pessoa. Nos contou que morava na ilha desde os anos 90, quando foi passar as férias lá, ligou para o chefe e avisou que nunca mais iria voltar. Ele nos mostrou as opções de passeios e recomendou uma rota nova, bem menos badalada do que as tradicionais que sempre tem muitas lanchas, barulho e turistas lotando as piscinas naturais. Curtimos essa ideia de algo mais exclusivo e fomos pela recomendação dele. Não vou lembrar ao certo o valor, mas acredito que foi algo entre R$ 200,00 e R$ 250,00 para o casal.

Piscinas naturais de Bainema

No dia seguinte, perto das 10h, nem precisamos ir até a Terceira Praia para embarcar. Como a lancha passaria pela Quarta Praia aguardamos na areia, em frente ao hotel. Quando a lancha chegou tivemos uma surpresa muito agradável: éramos os únicos passageiros do passeio naquele dia. Haveria apenas mais um casal que embarcaria na metade do passeio, voltando para Morro de São Paulo.

A primeira parada foi nas piscinas naturais de Bainema. Ah, muito importante, lembre de olhar a tábua de maré antes de comprar os passeios pois isso interfere diretamente nas piscinas naturais. Ficamos ali, naquele paraíso, curtindo muito a natureza e sem ninguém por perto, foi demais. Depois fomos até a praia do Pontal de Bainema, um lugar indescritível. Ali tem um camping e restaurante que ainda pretendo voltar para conhecer. Ao lado tem a Boipeba Beach House, uma excelente opção de hospedagem para quem quer curtir esse paraíso.

Pontal do Bainema

Saindo de Bainema fomos almoçar. O capitão da lancha disse que nos levaria em um dos melhores restaurantes da região e realmente estava tudo delicioso. O problema é que não lembro ao certo qual era esse restaurante. Comparando minhas fotos com fotos do maps e do Google tenho quase certeza que é o Flor de Iemanjá na praia da Coeira. Porém, o Restaurante Brisa e Mar também me é familiar.

Almoçamos com essa vista

Praia da Coeira

Após o almoço um casal europeu embarcou com a gente, eles estavam hospedados ali perto. Nosso trajeto de volta incluia uma parada para saborear ostras nos restaurantes flutuantes  do Rio do Inferno, em Canavieira. Como havíamos comido bem no almoço e o outro casal também não queria parar, seguimos em frente. As paisagens pelo caminho são de tirar o fôlego. O capitão foi nos contando a história dos lugares. A última parada foi em Cairu, onde pode-se visitar o Convento e a Igreja de Santo Antonio. A entrada é paga, como não tínhamos muito tempo aproveitamos para passear e fotografar o lado de fora apenas. Na volta, chegamos em Morro de São Paulo com o sol se pondo e mais uma paisagem incrível.

Convento em Cairu

Você também pode fazer passeios de observação de baleias Jubarte, trilhas em 4X4 pelos morros da ilha, city tour histórico, descer de tiroleza da Primeira para a Segunda Praia, enfim, a ilha oferece diversas opções de lazer, desde as mais aventureiras até as mais tranquilas. Tudo depende da sua vibe.

Pôr do Sol no retorno à Morro de São Paulo

Nossos dias em Morro

Nossa intenção era curtir o sossego mesmo, então nossos dias não foram muito agitados. Como o Patachocas é um resort com uma estrutura incrível, também queríamos aproveitar ao máximo. Então, curtimos muito a piscina e a praia. Fomos caminhando até a Quinta Praia, com a maré baixa, para poder passar pelo mangue. Ficamos bastante tempo ali, apenas nós dois. Vez ou outra passavam as charretes que faziam o trajeto da Terceira até a Quinta Praia.

Almoçamos em uma barraca de pescador bem próxima ao hotel e comemos uma lagosta incrível por R$ 75,00 para duas pessoas (algumas semanas depois, quando estava passando o reveillón em Santa Catarina, fui olhar o valor da lagosta no cardápio e o prato para duas pessoas custava R$ 300,00).

Curtimos muito a vila, andamos nas lojinhas, vimos uma aula de capoeira, comemos muito açaí e tapioca e tiramos (tirei) muitas fotos de tudo. Ah, esqueci de falar, mas na época minha operadora de celular era a Claro e o sinal era ótimo. Até quando o Flávio estava mergulhando com os peixinhos na piscina natural no meio do mar eu tinha sinal e estava postando fotos no Instagram, hehe.

Caminhamos muito também. Fomos a pé pela praia até a vila, um trajeto longo mas muito prazeroso pois pudemos ir percebendo as características de cada praia. Pelo caminho fomos parando para mergulhos e fotos, sempre. Vimos o sol nascer e se pôr, sempre encantados.

Morro de São Paulo é um dos lugares que tem um cantinho especial no meu coração. A pior parte da viagem foi a volta. Não só por estar indo embora do paraíso mas também porque o mar estava muito, muito agitado e o catamarã parecia uma montanha russa. Tive que tomar 2 comprimidos para não passar mal porque o balanço era muito forte e era impossível não ficar enjoado. Mas sobrevivemos. Chegamos em Salvador e fomos para um AirBnB em uma excelente localização. No dia seguinte fizemos um passeio rápido pela cidade com o ônibus de turismo e no outro dia pela manhã retornamos a Curitiba, já morrendo de saudades.

Aquele ponto amarelo é o meu marido na Quinta Praia

Mangue entre a Quarta e a Quinta Praia com a maré baixa

Pôr do Sol maravilhoso na Primeira Praia

Flávio nadando na Terceira Praia – ao fundo o farol e o morro de onde sai a tiroleza

Minhas dicas finas:

• Leve dinheiro, não sei já tem caixa eletrônico lá, mas quando eu fui tinha apenas uma lotérica. Além disso, não são todos os lugares que aceitam cartão e como você está há 3 horas de distância de Salvador, não vai querer arriscar né.
• Repelente e protetor solar. Muito protetor solar. Já levanta da cama passando protetor solar.
• Fui em dezembro e nessa época costuma anoitecer entre 17h30 e 18h, então acorde cedo e planeje bem o dia para aproveitar ao máximo.
• Chapéu e boné são muito importantes também. Comprei os dois lá inclusive (e também uma viseira que quase foi furtada por uma vaca).
• Se você for do time bronzeado de palmito tipo eu e o Flávio, pode ser uma boa ideia investir em uma daquelas camisetas de manga comprida com proteção solar. Flávio comprou uma e usou muito em diversas viagens (até o dia que esqueceu no hotel no Rio de Janeiro). A vantagem é que não precisa ficar repassando o protetor e, apesar de ter mangas compridas, é super fresquinha.
• Carregue sempre uma garrafa de água e lanches com você, principalmente nos passeios. Se optar por lugares sem badalação, provavelmente não vai encontrar nenhuma barraca ou vendedor no caminho.
• Quando chegar no hotel ou nos restaurantes, conte que estão em Lua de Mel. Vocês podem ser surpreendido com algum agrado especial (vale para qualquer destino. Inclusive no momento do checkin no aeroporto se você falar que está indo viajar em Lua de Mel pode até ganhar um upgrade na sua passagem. Já pensou em um vôo internacional ganhar up grade de classe econômica para a executiva? Nunca vi, mas dizem que é comum as companhias fazerem isso, fica a dica – façam e me contem).
• Fique esperto nas redondezas do Mercado Modelo ao entrar e sair do terminal marítimo. Acontecem vários assaltos e furtos por ali.
• A Bahia é linda, se deixe apaixonar e volte sempre que possível ❤️
• Tudo aqui é baseado nas memórias da minha experiência, se você tem mais dicas legais para acrescentar, por favor, deixe nos comentários.

Pôr do Sol na Toca do Morcego

A vaca que roubou minha viseira

Portal de entrada da ilha – estava em reforma quando fomos

Um céu maravilhoso da Bahia